terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Ó MORTE!


Ó Morte


 

 

 

Ó Morte, dama negra, te renego

É cedo ainda para me levares

Por muito que o futuro seja cego

Eu quero conhecer outros lugares

 

É cedo, muito cedo e eu carrego

A luz que ilumina os além-mares

Cansada, já estou, isso não nego

Mas não é tempo ainda de cantares

 

A tua sinfonia ou o teu hino

O canto da sereia o chamamento

Serei da vida só um peregrino

 

Mas tenho à minha frente o movimento

Duma rua querendo ser estrada

Que, sem mim, se sente inacabada

 
Maria Melo, no livro AO ENCONTRO DE FLORBELA.

2 comentários:

Lídia disse...

BONITO MARIA!!!

MESMO SENDO UM DIALOGO COM A MORTE!!!

1 BEIJO LÍDIA

maria helena almeida disse...

querida amiga como sempre belos poemas o seu dom é divinal e é daquelas pessoas a quem sentimos os sentimentos, o amor carinho afectos
um belo poema que nos faz recuar no tempo da nossa infancia